Paraguaios vão às ruas contra lockdown; ministro renuncia

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Grupos de manifestantes, em sua maioria jovens, se concentraram na noite desta sexta-feira (5), na região central de Assunção, para exigir a renúncia do presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, mesmo após a polícia dispersar com bombas de gás um protesto que reuniu centenas de pessoas em frente ao Congresso e terminou em confronto.

Ainda nesta sexta-feira, o ministro da Saúde, Julio Mazzoleni, renunciou depois que o Senado pediu que ele deixasse o cargo em meio ao agravamento da pandemia do coronavírus.

– É um momento em que é absolutamente necessário estarmos unidos para combater a pandemia e o interesse nacional está acima de qualquer pessoa e espero que esta decisão sirva para a união do país – declarou Mazzoleni após se reunir com o presidente.

A manifestação de hoje tinha como alvo as medidas tomadas pelo governo do país para enfrentar a pandemia do novo coronavírus. Imagens exibidas pela imprensa local mostraram várias pessoas feridas por balas de borracha disparadas por policiais, e agentes das forças de segurança atingidos por pedras lançadas por alguns manifestantes.

O núcleo dos distúrbios, uma área que inclui a sede da Polícia Nacional, a sede do Congresso e o Palácio do Governo, sofreu atos de vandalismo, e em alguns locais houve focos de incêndio. O grupo de manifestantes, calculado em cerca de 100 pessoas pela imprensa paraguaia, pretende fazer uma vigília diante do Congresso para exigir a renúncia de Abdo Benítez.

O ministro do Interior, Arnaldo Giuzzio, disse a jornalistas que os incidentes foram provocados por pessoas que se infiltraram na manifestação para gerar tumulto. De acordo com alguns veículos de imprensa, policiais foram enviados para proteger edifícios institucionais, como a residência presidencial e a sede do governo.

Os incidentes começaram cerca de duas horas após o início do protesto contra as ações do governo para combater a pandemia. Segundo porta-vozes da polícia, os agentes reagiram com bombas de gás a ataques de alguns manifestantes que tentaram furar o cordão de isolamento. Depois do confronto, a multidão se dispersou por várias ruas do centro, gritando palavras de ordem contra o governo.

A convocação para o protesto desta sexta-feira foi feita após o sindicato de enfermeiras e parentes de pacientes realizar nesta semana outras manifestações para denunciar a falta de suprimentos e materiais médicos nos hospitais públicos, especialmente entre os mais afetados pelo coronavírus.

Com uma população de 7 milhões de habitantes, o Paraguai registrou mais de 160 mil casos de covid-19 e 3,2 mil mortes em decorrência da doença desde o início da pandemia do novo coronavírus.

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