UBS vê como pouco provável a participação da Cosan (CSAN3em um injeção de capital na Raízen (RAIZ4), caso ela aconteça, haja visto que a holding encara seu próprio processo de desalavancagem (visando melhorar o índice de cobertura de juros para 1,5 – 2x do relatado no 3T24 de 1,2x).

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Pasquale Augusto/ site moneytimes

“Prevemos que a holding seria diluída. Não está claro o formato de uma possível injeção de capital: ações preferenciais contra ações ordinárias, acima ou abaixo do preço atual das ações, quanto de desconto o mercado exigiria, mas esperamos diluição para investidores minoritários”, veem Matheus Enfeldt, Tasso Vasconcellos e Victor Modanese.

O banco conta com recomendação de compra para Raízen (preço-alvo R$ 3,90 e potencial de alta de 119,10%) e Cosan (preço-alvo de R$ 15 e potencial de alta de 100,27%.

Não há bala de prata para redução da dívida da Raízen

Os analistas do UBS esperam que uma combinação de fatores contribua para desalavancagem da Raízen, entre eles estão:

  1. Ganhos de eficiência já implementados sob a nova gestão, que podem se traduzir em um Ebitda maior; SG&A (despesas comerciais, gerais e administrativas) ‘holding’ sozinho é de cerca de R$ 0,4 bilhão/ano.
  2. Venda de ativos não essenciais (energia, potencialmente Oxxo, questões na Argentina e vendas de usinas). Isso pode ajudar a reduzir os custos de juros e cortar o capex recorrente, ao mesmo tempo em que gera mais eficiência.
  3. Aumento de capital pode ser uma solução de curto prazo mais rápida para ajudar a gerar caixa de curto prazo e dar suporte a um retorno mais rápido aos pagamentos de dividendos e geração de valor para os acionistas.

A geração de valor da empresa

Segundo o banco, a Raízen tem capacidade para gerar um Ebitda em torno de R$ 14 bilhões. As projeções do UBS estimam um Ebitda de R$ 13,5 bilhões para 2024/25 e R$ 14,6 bilhões para 2025/26.

Já o capex previsto varia entre R$ 9 bilhões e R$ 10 bilhões, enquanto o UBS projeta um capex total de R$ 11,1 bilhões para 2024/25 e R$ 10 bilhões para 2025/26. Com isso, a empresa teria um “potencial primário de geração de caixa” entre R$ 4 bilhões e R$ 5 bilhões.

“Estimamos uma dívida líquida de fim de safra de R$ 30 bilhões (ou R$ 39 bilhões incluindo adiantamentos de clientes, note que fica muito maior no 2T e 3T impulsionada por necessidades de capital de giro), o que, a uma taxa de juros de 15%, drenaria R$ 5-6 bilhões em juros”.

De acordo com o UBS, sem levar em conta outros custos financeiros e assumindo que nenhum imposto em dinheiro seja pago (razoável, dados os créditos fiscais), a Raízen pode continuar a exigir R$ 0-2 bilhões/safra em capital.

Vale lembrar que Caarapó dispõe de uma unidade Raízen

Informações do site moneytimes

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