Um levantamento feito recentemente em Caarapó sobre a questão da dengue, apontou que o município está enfrentando uma situação crítica da doença e por conta disso a prefeitura vem a público fazer uma alerta para a população e informar que algumas decisões estão sendo tomadas.
Segundo o Departamento Municipal de Controle de Vetores, órgão da Secretaria de Saúde, no ano de 2022 o Vale da Esperança, foram notificados 77 casos suspeitos de dengue dos quais 36 foram confirmados através de exame laboratorial.
Já em 2023, somente na semana epidemiológica nº 1 (primeira semana do ano), o setor notificou 3 casos confirmados de dengue, fato que preocupou a prefeitura de Caarapó, havendo riscos de aumento dos casos inclusive, em forma de epidemias, além de sérias possibilidades de óbitos por se tratar de doença considerada grave.
Outra situação de relevância entomológica conforme profissionais do setor é que o índice de infestação predial do mosquito Aedes aegypti, conforme o último Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), realizado no período de 9 a 12 deste mês, mostrou o patamar geral de 1,6%, com destaque para a Vila Planalto, o qual apresentou índice de infestação de 2,99%. Estes índices são considerados altos, pois, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o índice considerado estável é a baixo de 1%. De acordo com a situação entomológica atual estamos vulneráveis a incidências de casos e com sérios riscos de ocorrência de epidemia.
Diante da situação, o diretor do Departamento Municipal de Vigilância Sanitária, Sandro Aparecido Lopes Ferreira, destacou que uma das causas do índice de infestação predial do Aedes aegypti, alto é a existência de muitos terrenos baldios e alguns quintais de imóveis sujos, ou seja, com mato alto, os quais favorecem as proliferações de vetores e até animais peçonhentos.
Com objetivo de resolver esse problema a Prefeitura de Caarapó publicou no dia 10 de novembro de 2022, o “Edital de Notificação de Terrenos Baldios e Outros Imóveis” no Diário Oficial da Assomasul, estabelecendo um prazo de 30 dias a contar da data da publicação para que os referidos imóveis fossem limpos pelos seus proprietários ou responsáveis.
“Acontece que o prazo expirou há um mês e muitos imóveis não foram limpos e permanecem sujos. A Lei Municipal 029 de 2008, Código de Posturas do Município de Caarapó, em seu artigo 182 determina que os proprietários e inquilinos são obrigados a conservar em perfeito estado de asseio, os seus quintais, pátios, prédios e terrenos’. Sendo que os proprietários citados que não efetuaram roçadas ou capina estão sendo autuados com multas no valor de 34,74 UFERM´S conforme determina a Lei Complementar. Quem for autuado e não efetuar os procedimentos será autuado com valor dobrado, por se tratar de reincidência, conforme determina a Lei”, salientou Sandro.
O secretário municipal de Saúde, Vinício de Faria e Andrade, relata que a Secretaria de Saúde executa todas as ações pactuadas e programadas, tanto nas ações de controle vetorial, vigilâncias, educação em saúde, dentre outras e também, no atendimento aos pacientes, diagnósticos e tratamentos.
“Peço atenciosamente a todos que façam sua parte, pois, estamos correndo riscos de uma possível epidemia de dengue e de outras arboviroses, mas creio que com a participação integrada entre população e poder público é possível evitarmos que isso aconteça”, observou Vinicio.
Segundo o coordenador municipal de Controle de Vetores, Ivo Benites, além de tudo que já foi citado é necessário a população ficar atenta em relação a todos os tipos de recipientes e objetos que facilitam a proliferação do vetor. “Esse mosquito reproduz não somente em objetos inservíveis resultantes do lixo jogados a céu aberto, mas a reprodução do mesmo acontece também em muitos utensílios e objetos de usos das pessoas como por exemplos: bebedouros de animais, ralos, banheiros em imóveis desabitados, calhas obstruídas, reservatórios de águas utilizados em construção civil e outros, caixas d’água sem tampas, pneus inservíveis a céu aberto, cisternas abertas, plantas cultivadas em água, piscinas sem tratamento adequado e muitos outros. É necessário cuidados diários para evitar a proliferação dos vetores e consequentemente a disseminação de doenças”, reforçou.
“Alertamos ainda, às pessoas que ao sentirem os sintomas de dengue ou de outras arboviroses, para que procurem imediatamente, atendimento nos serviços de saúde evitando a automedicação, ou seja, não ingerir nenhum tipo de medicamento sem prescrição médica. Faça sua parte, ajude a prefeitura a combater doenças que podem matar. A limpeza dos terrenos baldios deve ser feita periodicamente, há muitos casos em que os proprietários limpam seus imóveis somente quando são notificados pelo serviço público ou quando são denunciados pelos vizinhos. Não deixe que isso aconteça, evite multas, e ajude a prevenirmos os agravos, principalmente os de transmissão vetorial”, finalizou Benites.
Por fim, o prefeito André Nezzi pede para que a população mantenha seus terrenos limpos e sem criadouros de mosquitos e de outros vetores, pois, representam riscos e danos à saúde pública. “Somente a prefeitura fazer a sua parte não basta, é necessário que cada pessoa cumpra seu dever, zelando pelos imóveis de suas responsabilidades”, comentou o mandatário.
Como funciona
O controle do mosquito Aedes aegypti, vetor, transmissor da dengue, febre Chikungunya e Zika Vírus (Arboviroses), é de responsabilidade da Secretaria Municipal de Saúde, através do Departamento Municipal de Controle de Vetores e é realizado através das atividades de visitas, com vistorias/inspeção em imóveis para descobrimentos e coletas de larvas para análises entomológicas, avaliação de densidade larvária, identificação de espécies, vigilância em pontos estratégicos, atividades educativas, eliminação de criadouros e focos, bloqueio de casos, notificação aos proprietários ou responsáveis por imóveis sem os devidos cuidados e zelos.
As ações de visitas são desenvolvidas em parceria com o Departamento de Atenção Primária a Saúde (APS), envolvendo as coordenações das unidades básicas de saúde e principalmente as Agentes Comunitárias de Saúde (ACS) em conjunto com os Agentes de Controle das Endemias (ACE). As ações educativas contam com intervenções dos mesmos parceiros citados e incluem também, a Guarda Mirim, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Secretaria Municipal de Obras e Infra Estrutura, Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Cultura, Departamentos de Fiscalização, Vigilância Epidemiológica, Vigilância Sanitária, dentre outros importantes, parceiros.
