O papa Francisco revelou ter uma “relação humana” com o ex-presidente cubano Raúl Castro, em uma entrevista ao jornal Noticiero Univision, do México. O pontífice foi lembrado pelas jornalistas mexicanas María Antonieta Collins e Valentina Alazraki sobre os protestos massivos em Cuba no ano passado, que resultou em uma repressão brutal para a população.
Francisco disse sentir amor pelo povo cubano, mas não sem acenar para o irmão de Fidel Castro.
– Eu amo muito o povo cubano. Tive boas relações humanas com o povo cubano e também confesso: com Raúl Castro tenho uma relação humana. Fiquei feliz quando se obteve aquele pequeno acordo com os Estados Unidos – que o presidente Obama queria na época – e Raúl Castro aceitou e foi um bom passo em frente, mas agora parou – contou.
O pontífice aproveitou para fazer críticas à imprensa, que, segundo ele, “ideologiza” tudo, mas não distingue as ideologias.
– Certos grupos de mídia altamente ideológicos dedicados a ideologizar a posição dos outros. Às vezes, eles não sabem distinguir o que é comunismo do que é nazismo, do que é populismo, do que é popularismo – criticou.
E prosseguiu, dizendo o que pensa quando é chamado de comunista:
– Quando me acusam de comunismo eu digo: “Como isso está ultrapassado”. Essas acusações acabaram, eu as vejo como ultrapassadas. É feito por pequenos grupos ideologizados – completou o papa.